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Colunas


Estatísticas de Orgasmos
por Moacir Henrique de Andrade Carqueja

Data: 27-07-2012

 


Lá estávamos descendo a ladeira, e que ladeira, depois de um dia esquiando em Valle Nevado, cansados, semiadormecidos, ouvindo um programa de rádio local, um besteirol a três vozes, escolhido pelo condutor da van. Reconheço que os locutores que improvisavam sobre temas variados eram criativos, os assuntos eram puxados por um ou outro. Tinham dicção clara e conseguíamos entender claramente o castelhano apesar do volume baixo.

Dentre os vários assuntos abordados, um dos comentaristas falou de uma pesquisa científica sobre orgasmos femininos. Determinado grupo, não me recordo qual, teria feito estudo sério para saber em qual país as mulheres teriam mais orgasmos.

Eles enveredaram pelo sendeiro de discutir como as mulheres deste, ou daquele estado, se sentiriam satisfeitas com o coito, chegando ao orgasmo, mas eu imediatamente viajei na maionese, imaginando como se pode fazer estudo sério com este tema. Como fazer a estatística? Quem deporia? O homem? A mulher? Um observador neutro?

Se perguntarmos aos homens, quase certo que vão dizer que as suas parceiras gozam nas relações, mesmo que saibam que não seja verdade. Afinal, ainda melhor do que o sexo é contar o feito, principalmente exagerando, mostrar-se um super-homem. É fácil concluir que a estatística posta com depoimentos masculinos será falsa necessariamente.

Mas vou dar uma dica que talvez possa reduzir o erro da pesquisa. Deve-se perguntar ao marido, namorado, amante, biscate, seja lá o que for, se ela tem dor de cabeça frequentemente. É um indicativo de falta de prazer no sexo. No caso de amante, especificamente, verificar se ela está exigindo cifras muito altas, ou presentes muito caros, para permitir que se apimente a relação. Se estiver acontecendo é porque como macho não está dando conta do recado, provavelmente por falta de gozo da parte dela. Todavia há exceções, sua parceira pode sofrer de enxaqueca e isso não se cura com orgasmos. Claro que para os homens que possuem mulheres filiais o mais importante é exibi-las aos amigos, mesmo que discretamente por conta da clandestinidade do relacionamento, pouco importa se elas se sintam satisfeitas. É como desfilar de Ferrari comprado a prestação.

O pior é o caso dos homens de cultura machista, que pensam que o pênis resolva tudo e que as mulheres se sentem atraídas por ele. Normalmente são homens com lida dura na pecuária, para os quais o sexo é rápido, objetivo, quase leporídeo (pode consultar a Wikipédia), sem chance de a parceira gozar. Essas nem se preocupam em participar do ato, mas comentam sempre com as amigas nas rodas femininas de mate.

- “Bah, o meu bagual me procura dia sim, dia não. Não é diário porque me troca pela tordilha no dia não.”

Partimos para cogitar a mulher como depoente. Ouso dizer que uma fatia muito grande de mulheres talvez nem saiba o que é gozar, que elas nunca tenham tido essa felicidade, mas ainda assim podem gostar do sexo, desde que as preliminares já sejam suficientes para justificar o exercício. Diga-se de passagem, que quanto mais trabalho der, mais gostoso fica, mas tem que ter um epílogo tipo happy end, ou as bolas do parceiro vão doer. E aí se destaca a injustiça da natureza para com as fêmeas que aguardam o mesmo final da película, the End com fogos e cacofonia de campanas (vide Deep Throat), como sói ocorrer com os machos. Não estou sendo original, já defendi esta tese antes, para mim está no nosso DNA, a reprodução só é garantida pelo orgasmo masculino, se a fêmea gozar antes pode se desinteressar e são duas calamidades: ele não goza nem gera descendentes.

Dado o fato inegável da dificuldade feminina, tão sabido que alguém se propôs a estudar, vem a relação dos pares à tona. Os machos são vaidosos e gostam de se pensar galantes, fortes, poderosos, fálicos, e as mulheres gostam de ver seus maridos satisfeitos, de se sentirem sedutoras, o que leva à inevitável simulação. Mas não é apenas isso, pode ser pior. Homem não pode ser estuprado por mulheres, pois não pode praticar coito sem ereção, ou excitação, contudo o oposto ocorre. Sem a competente tesão feminina, a perseguida não fica atoladinha e a penetração pode ser muito desconfortável. O coito passa a ser um ato de violência contra a mulher. Nesses casos, quanto mais cedo terminar, melhor para ela.

Ah, o amigo se julga um supermacho porque sua mulher goza rapidinho? Pode apostar que é exatamente o contrário. Ela quer se ver livre de você o mais cedo possível.

Se as mulheres fingem orgasmos, podem também fazer o mesmo na pesquisa. Quem saberá se dizem a verdade?

Resta o depoimento de algum voyeur experiente, com doutorado na Sorbonne e juramentado diante do papa com o Novo Testamento na mão. Novamente recaímos no caso anterior, como vai saber se é orgasmo simulado?

Diante disso especulo que já tenham inventado algum orgasmômetro. Imagino alguma máquina que possa medir o grau de sensibilidade da mulher. Se isso existir eu me candidato a fazer um curso técnico no assunto para trabalhar no INMETRO no árduo serviço das necessárias aferições. Claro, deve ser como em outros instrumentos, neste caso o procedimento seria fazer uma testemunha ter orgasmo monitorado com uma medição padronizada e ser comparada com a do aparelho em aferição. Deve ser um trabalho ótimo! Bem, pode não ser, dependendo da qualidade da peça testemunha.

Voltando ao que diziam os radialistas, eles especulavam que mulheres têm os orgasmos que merecem, pois devem pedir por eles aos parceiros, associando que num país onde o sexo seja mais livre e natural elas têm liberdade para discutir a relação. Para nós, quando a mulher pede essa discussão, significa que já não há mais relação, que o maridão está sendo sumariamente despedido.

Só que eu não concordo muito com essa teoria, pois quanto mais fácil for variar a parceria, menos importante será fazer as mulheres gozarem, aliás, é o oposto. Melhor deixa-las na saudade para que elas fiquem procurando alguém que lhes dê prazer e assim cumpre-se o segundo maior gozo masculino, que é ter o maior número de parceiras possível, o primeiro é contar para os amigos. E recai no primeiro, gera mais façanhas para narrar.

Os resultados da tal pesquisa me surpreenderam, pois eu esperava que nossa República Foderativa do Brasil (o trocadilho é ruim, mas inevitável), com essa putaria que atinge todas as classes, mais executivo, legislativo e judiciário, fosse disparada a campeã. Deu Grécia. Incrível. Imaginei aquelas mulheres de preto, que vemos nos filmes, que transportam uvas e lenha em lombos de burro, peludíssimas de cima abaixo, fazendo sexo. E gozando. Tenho que admitir que os gregos são foda! Um apetite inigualável.  

Em segundo lugar deu Brasil. Uma desonrosa medalha de prata. Nosso país tropical, onde tudo é sacanagem, onde as mulheres são conhecidas mundo a fora como sendo as melhores putas, não poderia sequer empatar com a Grécia. Acho que se aplica o argumento que foi descrito acima, nossas mulheres são tão fáceis que não há necessidade de agrada-las, se elas não gostarem da relação, temos outras disponíveis.

Em terceiro lugar vem a Rússia. A julgar pelas tenistas, acho que vale a pena caprichar num ato bem feito para termos a chance de fazer um segundo serviço. Só que no tênis é o contrário, tem que errar no primeiro.

Pensando bem até que é bom ganhar a medalha de prata, dá orgulho ser brasileiro, mesmo com essa facilidade toda, mulheres vadias, uma nação de putas que se rebolam cada vez que veem uma câmera, dentro e fora de nossas fronteiras, ainda ficamos em segundo. De acordo com a teoria desenvolvida, mesmo sem necessidade de fazê-las gozar, somos muito bons nisso.


Moacir Carqueja
Moacir Henrique de Andrade Carqueja
Engenheiro Civil e professor universitário aposentado.Casado, pai de três filhos, residente e apaixonado por Florianópolis.


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