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Colunas


Toc-toc
por Moacir Henrique de Andrade Carqueja

Data: 31-05-2012

 


TOC é uma abreviatura que significa transtorno obsessivo compulsivo. É a maneira discreta de exprimir um problema amenizando com três palavras. Como está na moda, procura-se alguma forma de dizer o que o povo já consagrou, mas pretende-se causar menos impacto. No caso presente acho que veio de fora, a expressão foi criada por algum psicólogo ou psiquiatra estrangeiro e traduzida para o português. E nossa língua não precisa dessas interferências de cima para baixo que querem mudar regras do idioma, como chamar a presidente de presidenta, temos uma palavra consagrada pelo uso para isso que deriva de mão, forte e clara: mania.

Existem muitas modalidades de TOC, uma das mais notáveis é a obsessão por limpeza. Os acometidos precisam lavar as mãos cada vez que tocam outra pessoa, têm cuidados exacerbados com a higiene, não conseguem usar copos e talheres em restaurantes sem verificar cuidadosamente sua limpeza. Enfim, são uns chatos. E sofrem muito, pois não conseguem relaxar, estão sempre atentos e tendem a ficar arredios em reuniões sociais, sem comer e beber. Também imagino que nunca tenham um relacionamento sexual pleno, pois suas preocupações com higiene não permitem aquela transa perfeita, requintada.

Uma coisa é certa, ninguém nasce com TOC, eu acho que esses hábitos compulsivos são adquiridos com a educação associada a algum evento marcante na vida do indivíduo. Digo que acho, porque não entendo disso, só observo. Nessa achológica ciência, me parece que somos muito competentes em criar o TOC nas pessoas, chamamos educação. É óbvio que o objetivo não é chegar ao ponto de causar sofrimento, mas algumas vezes isso acontece. Por mais que o acometido queira se livrar de um determinado tipo de pensamento que lhe incomoda, ele é recorrente e não sai de sua cabeça. É um sentimento, o indivíduo sofre, não controla o que sente. É como a perda de alguma pessoa querida que trás sofrimento incontrolável que só o tempo cura.

Uma música que não sai da cabeça, alguma que cantarolamos sem perceber, pode ser um TOC. Se o leitor tem aquela vontade de dar que não passa nunca, isso não é mania, mas viadagem mesmo, hodiernamente chamada homo afetividade. Estou aqui defendendo o ponto de vista dos homossexuais, algumas pessoas já nascem assim, portanto não é alguma coisa adquirida com a educação. Você não precisa ter vergonha disso, pode contar que nós vamos compreender e só falar mal quando você estiver ausente. Porque somos assim. Não gostou da brincadeira? Sorte sua que é aqui, se fosse no Irã poderiam lhe enforcar por isso.

Voltando às manias de higiene, criou-se na sociedade a etiqueta. Ela atende ao respeito que uma pessoa deve ter para outra, não invadindo o seu espaço nem poluindo seu entorno. Por exemplo, não se deve estender a mão e cumprimentar pessoas que estejam à mesa, porém quase ninguém segue isso. Também não se deve falar com a boca cheia de comida: primeiro porque é feio, segundo porque pode saltar algum pedaço sobre os pratos à frente. Nos restaurantes com bufê devem-se lavar as mãos e desinfetá-las, também usar as luvas plásticas descartáveis, mas isso não é para garantir a higiene de quem se serve, sim dos demais, é uma nova regra de etiqueta que deve ser atendida. Mais ainda, não se deve falar quando se serve no balcão de alimentos, pois minúsculas gotas de saliva sempre saem da boca e podem contaminar as bandejas.

Nem todas as regras de etiqueta são de meu agrado, muitas eu defendo e vou dar um toque para os homens que tenham alguma tendência a TOC com higiene. Uma das vantagens de sermos machos é fazer pipi de pé. Não tem aquela coisa feminina de ficar com nojo de sentar no vaso (que é TOC ensinado pelas mães), aquela complicação de tirar um monte de peças antes de abrir a torneira, abrimos o reco e pronto.

Há várias modalidades na prática de tiro de mijo masculino, as principais são: no chão, numa parede ou moita, no vaso sanitário ou no mictório.  Evitamos fazer no chão por causa dos respingos nos pés ou nas barras das calças, só o fazemos quando não há alternativa, preferimos uma parede ou superfície que faça o jato correr fluidamente. No vaso é um problema porque também temos asco de levantar a tampa costumeiramente irrigada, mesmo que esteja limpa e sequinha, mesmo que a limpeza tenha sido feita naquele momento. Uma das tristes constatações que fazemos é que nossa pontaria não é muito boa e em vez de jorrar dentro do vaso, regamos tudo. Há homens que respeitam os demais e erguem a tampa, mas o efeito de regar as bordas continua. Quando fazemos no mictório não é muito diferente, mas a pontaria não precisa ser boa, é tiro à queima-roupa.

O que constatei dia desses, em que me relaxava usando calção de praia, foi que o mictório me devolvia um troco em forma de respingos. Não gostei da constatação, fui mijar e saí mijado... Passei a observar os vários modelos diferentes e percebi que a grande maioria nos molha de volta. É pouco, quase imperceptível, mas molha. Alguns deles têm aquele resíduo líquido no fundo, um blend urinário de vários mijões, e sabemos que água respinga ao cair, que vai molhar a sua calça, caro leitor, com urina alheia depositada no reservatório mal drenado. Mas minha investigação científica não ficou por aqui, fui examinar a mijada no vaso, para isso fui vestido de bermudas curtas e constatei que, tanto com tampa elevada, como baixa, sentia alguns poucos respingos nas pernas. Não se preocupem, como bom pesquisador fiz tudo com o maior rigor sanitário, tomando uma ducha logo depois do evento, mas não temos essa oportunidade nos nosso dia a dia. Nem sentimos, as gotas são tão pequenas que não chegam a aparecer nas nossas calças. Ou seja, sempre estamos sujos e nem sabemos.

Agora volto para as regras de etiqueta. Quando estamos sentados à mesa ela que diz que devemos abrir e colocar guardanapos de pano no colo. Se não há o que fazer quanto aos respingos nos lavabos da vida, prefiro passar por grosseiro. Guardanapo no colo nunca mais.


Moacir Carqueja
Moacir Henrique de Andrade Carqueja
Engenheiro Civil e professor universitário aposentado.Casado, pai de três filhos, residente e apaixonado por Florianópolis.


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