Data: 09-09-2011
Estarei aqui, quase todas as semanas, para conversar com vocês sobre minhas experiências, o que ando conhecendo e vivendo. Sempre que possível postarei, também, alguns pensamentos que separarei com carinho, pensando neste espaço.
Começo relatando sobre a casa da gente, aproveitando o evento que estamos tendo com a Casa Cor - MS. Sou arquiteta, mas não estou exercendo no momento, a não ser, claro, com a minha casa. Aliás, sempre digo que somos arquitetos e decoradores de nós mesmos. Ainda não tive a oportunidade de visitar a casa cor deste ano aqui, em MS, mas já recebi diversos comentários sobre ela.
Recordo-me de quando atuava como arquiteta e decoradora, sempre, ao atender um cliente, o primeiro passo que levava em consideração era de que a casa é o reflexo de nossa vida, ela deve transparecer o que somos através de seus ambientes. Assim eu definia a decoração de cada pessoa, bastava conhecer melhor cada um, seus costumes, seus hábitos, seus hobbies e... voilá, um mar de ideias surgia na minha cabeça.
Percebo que é esta expectativa que as pessoas têm ao visitar a Casa Cor, se encontrar em um ambiente, olhar aquele espaço e chamar de seu! Mas, convenhamos, não é bem por ai, claro, que as coisas acontecem. As decorações enchem os olhos da gente. Quem não amaria dormir naquele quarto, ou cozinhar naquela cozinha? Mas será que não existe um único objeto que você não optaria por algo, digamos, mais sutil? Assim é sua casa, repleta de objetos que façam lembrar suas viagens, pessoas ou um motivo pelo qual seja tão importante ocupar aquele lugar, mesmo não tendo um custo elevado ou uma função prática, que não seja agradar quem comprou.
A Casa Cor imagino como uma amostra de tendências, de profissionais, um SP Fashion Week, só que, ao invés de ser você através de suas roupas, ela mostra a moda através de sua casa. E, sejamos francos, mesmo que quiséssemos, seria impossível apresentar tantas novidades em uma única casa. Com isso, acabamos tendo ambientes repletos de objetos, estampas, informações e, o que deveria agradar, acaba poluindo um pouco nossos olhos.
O melhor de cada ambiente que criamos não deve estar no valor que gastamos. Ele deve traduzir quem somos o que vivemos e do que gostamos. Por isso, minha sugestão seria: visite, conheça, enriqueça seu universo e seu lado decorador, esteja interessado em informar-se, atualiza-se e identificar um profissional que lhe agrade. Não tente reproduzir em sua casa aquela vitrine. Agregue este conhecimento aos seus ambientes, aperfeiçoe seu gosto. Quem gosta de você, com certeza, vai gostar de uma casa que é sua cara!
Termino a coluna de hoje colocando uma parte do texto de Xavier Bartaburu que li na revista Viver Bem. Ele fala sobre o povo *Tamberma e a importância da moradia para eles...."Tão humanas quanto os homens, as casas Tambermas também adoecem. Se alguém da família padece de algum mal, casa e pessoa recebem tratamento. Para esses arquitetos da savana, uma moradia saudável é o primeiro passo para o equilíbrio e o bem-estar de seus ocupantes. Casa sã, corpo são. Porque demoramos tanto para descobrir o que esse povo afastado do que convencionamos chamar de civilização já sabe há séculos? A cura do seu corpo pode também estar na cura de sua casa. Pense nisso.
*Uma tribo dos vales ao norte do Togo, diminuto país da África Ocidental.
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