24-06-2012
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O Pantanal, maior planície alagável do mundo, é o elo entre as duas maiores bacias da América do Sul, a do Prata e a Amazônica, o que lhe confere a função de corredor biogeográfico, ou seja, permite a dispersão e troca de espécies de fauna e flora entre essas bacias.
Está situado na parte alta da Bacia do rio Paraguai a qual possui uma superfície de aproximadamente 500 mil quilômetros quadrados. A planície cobre uma área de quase 210 mil quilômetros quadrados, dos quais 70% estão no Brasil (nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), 20% na Bolívia e 10% no Paraguai.
É uma região única na qual se encontram, o Cerrado (Leste, Norte e Sul); o Chaco (Sudoeste); a Amazônia (Norte); a Mata Atlântica (Sul) e o Bosque Seco Chiquitano (Noroeste). Esta situação, somada aos pulsos de inundação, permite particular diversidade e variabilidade de espécies. A taxa de endemismo é relativamente baixa, porém, conforme exposto, as características múltiplas da região possibilitam a interação entre material genético (animais e plantas) que em outras regiões, não estariam em contato.
Já o Cerrado é um tipo de vegetação que compõe a fitogeografia brasileira, já ocupou 25% do território brasileiro, fato que lhe dá a condição de segunda maior cobertura vegetal do país, superada somente pela floresta Amazônica. No entanto, com o passar dos anos o Cerrado diminuiu significantemente.
A área que costuma ser inundada na época das cheias do Pantanal foi muito prejudicada pela intensa seca no último ano na região. Devido à situação atípica, a biomassa ficou muito seca e por isso facilitou que os focos de incêndios se alastrassem tão rapidamente.
O cerrado em Mato Grosso do Sul teve uma área desmatada de 310 quilômetros quadrados entre 2009 e 2010, segundo levantamento do Ministério do Meio Ambiente (MMA). A área corresponde a 0,14% da área do bioma no estado, que é de 216.015 km². O índice de desmatamento está abaixo da média nacional, que foi de 0,32% no mesmo período.
Apesar de o fogo ser considerado uma característica típica do cerrado, em alguns casos ele está sendo usado incorretamente, trazendo assim uma conseqüência maléfica para o local. Porém, deve constituir-se em medida de exceção e não de rotina, ainda mais quando tratar-se de cerrado em recuperação, pois caso aconteça seu uso mais de uma vez na mesma área pode trazer prejuízos para a agricultura ou à formação das arbóreas nativas ou contribuir para a formação intensiva de plantas daninhas.
Recomendações na Rio +20
Foi apresentada recentemente na Rio + 20 a Carta do Cerrado, onde traz recomendações e destaca prioridades a serem adotadas pelo poder público e pela sociedade civil. Recomenda, entre outras ações, a ampliação de recursos de diferentes fontes a serem investidos nas regiões que abrangem o bioma Cerrado (13 Estados brasileiros mais o Distrito Federal), de forma integrada e descentralizada, priorizando a captação e destinação de recursos para investimentos no Bioma e a efetiva participação dos Estados no planejamento, na negociação e ampliação.
Além disso, o documento recomenda o monitoramento contínuo e integrado entre os Estados do Plano de Ação para Prevenção e Controle para Desmatamento e Queimadas do Cerrado e incentiva a conservação e o uso sustentável da biodiversidade e a proteção dos ecossistemas do Cerrado, valorizando sua importância social, ambiental e econômica desenvolvendo atividades produtivas, de educação ambiental e fomento à pesquisa.
Enquanto todas as atenções do governo estavam voltadas para o território amazônico, que ocupa cerca de metade do solo brasileiro, o cerrado e o Pantanal perderam 89,3 mil km² de mata nativa, o equivalente a mais de 15 áreas do tamanho do Distrito Federal (DF).
Com 18,7 mil km² devastados até 2002, o Pantanal continuou perdendo mata nativa nos seis anos seguintes: foram desmatados mais 4.279km² — 2,82% da área total do bioma. Esse índice é maior do que o verificado na Amazônia (2,54%) e na caatinga (2,01%), e só é inferior à proporção desmatada no cerrado (4,17%).
O monitoramento do cerrado, da caatinga e, agora, do Pantanal, é feito pelo Centro de Sensoriamento Remoto do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Quando se comparam as taxas anuais de desmatamento nos quatro biomas, os índices mais elevados também são registrados no cerrado e no Pantanal. O primeiro perde por ano 14,2 mil km². O segundo, 713km². Isso mostra que o Cerrado já é a segunda área mais devastada do Brasil, deixando ainda o Pantanal, por suas planícies inundadas, em último lugar.
O ritmo de devastação é, hoje, mais lento que no passado. Mesmo assim, uma área equivalente a um campo de futebol é derrubada a cada quatro minutos, segundo a Fundação S.O.S. Mata Atlântica.
A preocupação com a degradação da natureza no Brasil é quase uma unanimidade entre todas as pessoas, independente do nível sócio econômico, partido político, religião e nível de escolaridade.
As campanhas de conscientização conservacionista, ocorrem com programas de várias Organizações não Governamentais, Ministério e Secretarias do Meio Ambiente Estadual e Municipal, clubes de serviços, igrejas e escolas. Em alguns casos, são eleitos alguns animais ou plantas, geralmente de aparência simpática, como símbolos de seres vivos que merecem ser preservados.
Helton Verão Lopes
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