Data: 24-07-2012
Dias atrás, assistindo a um "caloroso debate" sobre ortografia entre meu
filho Eduardo, de 8 anos, e seu primo Marco Antônio, de 11, mais uma
vez me convenci de que nós pais, educadores e responsáveis, devemos
prestar mais atenção às fontes às quais nossos pimpolhos recorrem para
sanar suas dúvidas gramaticais na internet.
Facebook e Twitter têm diversas campanhas e pedidos de
compartilhamento com muita boa vontade e pouca ou nenhuma correção
gramatical. É um excesso – ou falta – de hífens, crases, letras
maiúsculas; trocas de S por Ç; utilização incorreta de palavras;
enfim, toda uma gama de exemplos que deixariam qualquer apaixonado
pela Língua Portuguesa aterrorizado.
Um destes exemplos que mais me incomoda é a grafia incorreta do
gentílico para o Estado de Mato Grosso do Sul. Em poucos minutos de
busca pelos famosos “em Mato Grosso do Sul é assim”, é possível
encontrar: sul mato-grossense, sulmatogrossense, sul mato grossense,
mato grossense do sul, mato-grossense do sul, matogrossensedosul, etc.
Mas afinal, qual se adotou como correto?
A despeito do matogrossês, sugerido pelo Professor J. Barbosa
Rodrigues logo da criação do Estado; do dito como correto
matogrossulês, cuja única referência escrita que li foi num Almanaque
Abril no início dos anos 90; não havendo lei estadual que verse sobre
essa dúvida gentilícia, restou às academias estaduais de língua,
história e geografia do Estado de Mato Grosso do Sul estudarem o caso
e concluírem que o gentílico de Mato Grosso do Sul é
“sul-mato-grossense, seguido do menos comum mato-grossense-do-sul”
(SIC). Ambos com hífen.
O documento com as motivações dessa conclusão estão no site do
Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul - IHGMS
(http://www.ihgms.com.br/novo/
que não gostaram da conclusão a alternativa do epônimo Guaicuru.
Quanto aos outros dois adjetivos gentílicos menos conhecidos, eles não
caíram no dito “gosto popular”, por mais nobre ou erudita suas
respectivas origens. Algo semelhante ao campinense, defendido pela
Academia Campinense de Letras, da cidade de Campinas, que assiste
impotente há anos o crescimento absoluto do termo campineiro.
Não se quer aqui discutir se é correto ou não a adoção do gentílico
sul-mato-grossense ou mato-grossense-do-sul, deixando este tema para
outra oportunidade. Mas sim, apenas protestar para que enquanto vingar
essas duas formas adotadas pelos poderes públicos e autoridades
acadêmicas, que elas sejam escritas da maneira correta.
Parreira, Luiz Eduardo Silva (advogado) - silvaparreira@gmail.com
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